domingo, 13 de fevereiro de 2011

Psicose



DIREÇÃO: ALFRED HITCHCOCK
GÊNERO: SUSPENSE
ÁUDIO: INGLÊS
LEGENDA: PORTUGUÊS
TAMANHO: 360 MB
FORMATO: RMVB
Filme de Hitchcock conhecido pela famosa “cena do banheiro”. Conta a história de Marion, uma secretária que rouba 40 mil dólares e foge para que ninguém a descubra. Interrompe a viagem para dormir num velho motel administrado por um estranho rapaz e sua mãe.. Curiosidade: Hitchcock comprou anonimamente todos os direitos do livro por onze mil dólares e, após isso, recolheu todas as cópias disponíveis no mercado para que ninguém soubesse o final da trama.

Parte 1: 
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Parte 2:


Parte 3:


Parte 4:


sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pedro e a Lua na madrugada de sábado pra domingo - Mirian Lopes

Puta que pariu!!! já são 3:20 da manhã? E eu aqui.. mais um internauta, perco sim.. perco muito tempo na internet com banalidades, e não me arrependo nem um pouco, ta foda.. todo mundo no MSN foi dormir, até a mina que eu to de olho saiu. Acho que vô fuma um cigarro. Acho que é lua cheia, é vô lá no quintal fumar e dizer bom dia pra lua, ela é sempre uma boa compainha, ela não me cobra palavras, olhares nem atitude, mas pensando bem é melhor ficar aqui, ah aqueles porras de vizinhos barulhentos, eu carente desse jeito, nada a ver ficar ouvindo o som do sexo deles... é simplesmente uma merda, no começo até que eu gostava de ouvir, a mulher gemer e tal, mas agora eu to bem de boa, acho que fiquei enojado, sei lá. Rrééé agora é domingo!!!! almoçar com a mamãe, dormir até tarde e internet a tarde toda, tenho que responder meus recados, xavecar as minas pela internet, dizer o que eu to pensando no twitter e descrever meu dia no blog, vida de internauta não é fácil não, pô segunda é trampo, ninguém mandou ser pião, mas no fundo eu gosto, gosto de dar aulas, aqueles seres na puberdade, irritantemente encantadores, nossa que declaração mais gay, mas é também a pura verdade, eu adoro o que faço. Será que perco tempo na internet? Afinal, sô um maduro professor, tenho uma imagem! Ahhh pensando bem quero que essa imagem vá pra porra. Ta batendo sono, puta sono, mas que perda de tempo é dormir. E a Micheli? Será que ta online dinovo? Vou fumar um cigarro, ah.. foda-se os vizinhos, Já devem ta dormindo também... a lua não, ela não dorme não! To devendo um bom dia pra minha amiga lua. Já sei, vô tentar no MSN dinovo e ver se tem alguém online, vamo vê??? Puts... nem tem.... olha ninguém!!!! Ta vendo só Pedro? Ninguém!!! Só você seu estúpido, só você acordado, mora com a mãe, não pode fumar dentro de casa, não tem namorada. Mas ta bom!!! tenho saúde, inteligência e alguns amigos, ah não posso esquecer do led Zeppelin, tenho eles no vinil também.. isso poucos tem... pouquíssimos... Etâ mas que sono, xô toma um leite aqui, tenta dormir, será que a Micheli ta dormindo? Será? aqueles belos olhos castanhos claros tão fechados? aquele corpo peitudo está deitado? A boca macia ta entre aberta??? Que coisa.. vô deitar!!!! E as provas??? Tenho que corrigir as provas da pivetada, ixi, já perdi o domingo, É ... esse é o Pedrão revirando na cama, ê Pedrão!!!! Corrige as provas da galera, e dá logo zero pra todo mundo, eles não aprenderam nada mesmo, ....mas professor o que é cosseno mesmo....? Molequessssssss. Que chatice! dorme Pedro, dorme pra aproveitar o domingão!!!!

Desejo de Paz - Mirian Lopes

Não é paradoxal o fato de tanta gente querer paz e nós nunca chegarmos nem próximos ao estado de paz desejado?

e por que as pessoas que querem paz, que lutam e gritam por ela, tem atitudes violentas no dia a dia? não seria esse o momento de refletirmos e alterarmos esse quadro de relações humanas, que são sempre com base em atos violentos?


Violência gera violência, ou seja, uma atitude violenta acarreta em outros atos de agressões, sendo elas físicas ou verbais, exemplo: se um homem é agredido moralmente no trabalho, ele provavelmente ficará alterado e poderá ser violento com um colega, amigo, eu membro da família, e essa segunda vitima consequentemente agredirá outra pessoa, ou qualquer outro ser, ou a si mesmo, nesse caso seria então um ato alto violento

Alto violência, é quando a pessoa se agride, ou seja: age por impulsos violentos contra si mesmo, essa atitude é chamada também de alto sabotagem. A ingestão exagerada de drogas como bebida e  tentativas de suicídio são alguns exemplos, logo, é necessário dar mais atenção a essas situações, que também contribuem para uma sociedade vitima de agressões.

Nossa civilização é violenta, todos os setores da sociedade precisam rever seus conceitos sobre violência e paz, ou seja, a adoção de pequenos atos pacíficos no dia a dia podem mudar tudo, como não brigar por louça suja, ou discutir qualquer assunto amigavelmente, pode mudar as pessoas, a cidade, o pais,e o mundo.

Essa  paz tão desejada começa na individualidade, é necessário que todos adotem uma filosofia de não violência, para chegarmos ao estado absoluto de paz, isentos de hostilidades e agressões de todos os generos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A invenção da paz em tempos de guerra - Roni dos Santos

Existe uma máxima na sociedade brasileira que nos últimos anos ganhou campo de tal maneira que eu chego a ter medo desta força. Independente de onde irmos, encontra-se pessoas em uma luta contra a violência, por pedidos alienados de paz. É óbvio que todos querem paz, todos querem sair nas ruas sem ser atingido por uma bala ou ser coagido por uma arma, no entanto, além da hipocrisia da nossa parte, a que preço pedimos paz? Como em termos de política “os fins justificam os meios”, então que meios usaremos para conseguir paz? Se quisermos manter a hipocrisia é só fechar os olhos, se não, é só ligarmos a TV e ouvirmos o ressoar das nossas consciências na voz de apresentadores de programas em altos índices de audiência, mas esta é só a ponta do ice Berg. Entretanto, já dizia o velho e reacionário Nelson Rodrigues: “Toda unanimidade é burra”, digo isto por que puta, travesti, ladrão, traficante, vândalos e toda espécie de marginal é tido como o cancro social, anomalia a ser combatida pelo Estado democrático de direito com o apoio “inalienável”, porém alienado da sociedade civil.

Se formos um pouco atentos, notaremos que a palavra “justiça” só tem um significado, isto por que a inteligência das pessoas é dicionaresca. Esta é pela afirmação categórica que vemos cotidianamente, olhar sobre o infrator que, por sua vez, o transforma em um criminoso. Se fizermos o difícil esforço de nos deslocarmos para o sentido polissêmico das palavras, somente das palavras, iremos ver que alemão, por exemplo, a palavra infrator (brechen) tem o mesmo sentido que quebrar, portanto, o infrator é àquele que quebra algo, no nosso caso, àquele que quebra as regras sociais. Ainda sim minha pergunta não é por que ele quebra as regras sociais, mas qual estratégia a sociedade organizou para justificar a punição. Por que se é para entender todas as contradições sociais das quais somos formados, isto é, se é para que todos tirem as máscaras, é interessante que se desvele a máscara do discurso que arquiteta e processa todo um jogo teatral sobre a violência. Entretanto a sociedade é propositalmente burra, por que, como dito antes, o discurso oficial tem transformado o infrator em criminoso.

Para justificarmos isto de modo concreto, podemos nos remeter aos mais de 100 mortos por parte da retaliação policial no episódio que o PCC se desferiu contra os órgãos ligados a justiça criminal do Estado de São Paulo em 2006. Sabemos que uma parcela dos civis mortos foram executados com um tiro na nuca. Como se já não bastasse os números dizerem sobre a brutalidade, temos um agravante e como resultado, o apoio inalienável da sociedade. Na luta de policiais contra traficante do Morro do Alemão do Rio de Janeiro, mostraram-se inúmeras bandeiras com pedidos de paz, mas o discurso oficial era de que a paz estava ligada ao Estado e à ação policial, em raros momentos falou-se do medo que a população tinha dos policiais que subiam o morro e julgavam preliminarmente qualquer “alvo suspeito”, nem a da bandeira que dizia “O alemão é mais complexo”, uma referência ao descaso policial na sua ação objetiva contra os fins.

Nos últimos anos, qualquer manifestação de violência se tornou ilegítima diante dos olhos da sociedade. Marcha, só para Cristo, qualquer passeata ou protesto tem que seguir uma serenidade, se não, é crime. Sob este ponto de vista os movimentos sociais têm sido criminalizados constantemente, sob a alegação de ato violento o MST, por exemplo, tem sofrido processos na justiça, mas a violência da fome que o latifúndio gera não tem sido questionada por outros órgãos da sociedade. É contraditório ver uma sociedade, burguesa como a nossa, que se ergueu sobre muita luta política e sangue próprio, se afirmar em cima de sangue alheio.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Entoar - Fernando Cardoso

Havia uma arvore.... era a unica na beira da praia...
estava ele sentado aproveitando sua sombra...
carregava consigo um caderno e apenas uma caneta
o vento cantava uma canção, aquela que pouco se consegue entender
e as ondas do mar, entoavam juntos aquele cantigo....
ele poderia escrever sobre isso, sobre a canção ou mesmo sobre a beleza do mar....
mas ele só observava sentindo tudo... não queria ver aquilo parar...
quando deu-se por conta sentia tudo, o mundo havia parado e a cidade já não existia...
era uma paz interna,  tudo era uma canção entoada... mas só poucos
conseguiam ouvi-la... somente ele a ouvia....
sentiu algo molhar sua testa... bom, era chuva que estava a começar...

V de Vingança

CINEASTA: JAMES MC.TEIGUE
GÊNERO
: AÇÃO/DRAMA/FC
ORIGEM
: ALEMANHA/EUA
DIÁLOGO: INGLÊS
LEGENDA
: PT-BR
DURAÇÃO: 132 MIN
COR: COLORIDO
FORMATO:
RMVB

Baseado na obra de Alan Moore e David Lloyd, conheça a história da realidade alternativa que mostra a luta de um vigilante para libertar a Inglaterra da Alemanha, que venceu a Segunda Guerra Mundial. 
 
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Na Natureza Selvagem (2006)

CINEASTA: SEAN PEAN
GÊNERO: DRAMA
DIÁLOGO: INGLÊS
LEGENDA: PORTUGUÊS
TAMANHO: 498MB
FORMATO: RMVB

Início da década de 90. Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem recém-formado, que decide viajar sem rumo pelos Estados Unidos em busca da liberdade. Durante sua jornada pela Dakota do Sul, Arizona e Califórnia ele conhece pessoas que mudam sua vida, assim como sua presença também modifica as delas. Até que, após 2 anos na estrada, Christopher decide fazer a maior das viagens e partir rumo ao Alasca. Baseado no livro com o mesmo nome de Jon Krakauer este filme traz a tona varios problemas como: o que é liberdade? O que traz a felicidade verdadeira? Qual a influencia dos pais no equilibrio psicologico dos filhos? Dentre outros.
Eu li outro livro desse autor, No ar rarefeito. Posso dizer que ele retrata essas historias de "malucos" em busca de coisas que aparentemente não fazem sentido pra maioria das pessoas como ninguem.





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Uma carta de amante- Roni dos Santos

Olá,
Recebi seu recado e quero te ver sim, caso contrário, a cegueira há de tomar meus olhos igual ao “Assum Preto”.
E como diz o poeta,

"Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá de mió
Assum Preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vez a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus."

Luz, eu gostaria de ter ver mais uma vez, por que se você for e eu nunca mais te ver , sofrerei de remorso...
Esse fim de semana eu não sei, pode ser que eu trabalhe, vou trabalhar sábado e domingo, mas posso tirar a segunda de folga, só pra você. Eu tinha que cumprir minhas obrigações e rotinas burocráticas, mas estou disposto a vê-la e cumprir com meu egoismo, para então, você cumprir com o seu.

Luz, antes de tudo, te desejo toda sorte do mundo e que você faça seu caminho como mulher e que conheça todas as boas paixões, mas não se exceda por elas, ou sim, depende de quanto isso lhe fizer bem. Eu te desejo, antes de tudo, que você seja feliz.

Alguém que não sabe por que, mas te ama de verdade, talvez eu nem tenha dignidade de seu pequeno e sincero amor, mas é assim que eu sou por você, um desejo que você seja, antes de tudo, livre, mais livre que qualquer outra mulher foi.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

1984 - George Orwell


Após a Guerra Atômica, o mundo está dividido em três estados. Londres é a capital de Oceania, dominada por um regime extremamente controlador da liberdade. Winston Smith é um de seus burocratas, com a função de reescrever a história. Certo dia, ele comete um grave crime para tal sociedade: apaixonar-se. A partir daí, ele tentará a todo custo tentar escapar dos olhos e ouvidos do "Big Brother", que tem a função de vigiar os cidadãos 24 horas ao dia. Ler o livro e logo depois assitir o filme pode ser uma experiencia extremamente marcante

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Filme Raríssimo: O Lobo da Estepe - 1974

Desconhecida de várias gerações de cinéfilos brasileiros, esta adaptação do clássico O Lobo da Estepe (Um dos mais conhecidos romance do prêmio Nobel Hermann Hesse) é tão fantástica e alucinógena quanto o seu original literário.Tendo como protagonista um homem solitário, Harry Haller (vivido pelo sueco Max Von Sydow), que promete suicidar-se quando completar 50 anos, O Lobo da Estepe é uma pérola que ficou esquecida no buraco negro dos anos 1970. Dirigido e adaptado por Fred Haines, o filme é um deslumbre de dramaturgia e técnica cinematográfica. Porém, está sendo indicado nesse blog não só o filme, como também (e principalmente) a obra literária mesma (assim como as obras de Hesse em geral, que é de longe um grande escritor!). Vale a pena conferir?! Pois então, divirtam-se. Mas depois, por favor, comentem! E digo mais: se gostam de literatura e por tabela escrevem algo (justamente aquele algo que depois vcs abandonam e ninguém mais vê nem nunca ficam sabendo que um dia sequer existiu), enviem para nós que analisaremos e trataremos de dar espaço aqui no nosso humilde blog. Bom, chega de prosa: vamos logo ao filme!
DADOS DO ARQUIVO Diretor: Fred Haines Audio: Inglês Legendas: Português Duração: 108 min. Qualidade: DVDRip Tamanho: 367MB Servidor: Rapidshare (2 partes) Segue os links do download: Parte 1 Parte 2

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Inocência Criminosa - Relbier Oliveira

Quando tudo parece assim um conto de fadas feliz E me pego pensando naqueles amores que nunca tive Ou na vontade de querer ser Seja feliz por mim, é o que peço Achei o culpado por tudo isso E não sou eu Você já sabe quem Não podia ser diferente Mesmo a heresia, o crime a dor, a alegria o amor, a decepção a esperança, a nostalgia Essas palavras escorrem como água da montanha Venha me impedir, Todo Poderoso Você já sabe do meu coração Foi você quem me quis assim Condene a Inocência Criminosa Não me canso de errar Não preciso me preocupar com isso Somos a expressão da única determinação Mas quem pôde ser feliz seja feliz por mim, é o que peço Já achei o culpado por tudo isso e não sou eu Você já sabe quem Não podia ser diferente

Aos Quarenta - Relbier Oliveira

Não falo de morte porque não goste da vida Mas porque, sinceramente, considero todas as saídas. Na dor, velha dor (E já amiga dor) e nas alegrias mesmo que efêmeras, porém, alegrias. Me dou o direito de escolher: Aos quarenta! Até prova em contrário (Que me prove, compreenda e sinta o contrário). Quero sair de cena quando estiver certo de que está no meu melhor. No auge, no pico, no cume, no clímax. Sem questões, sem reflexões, sem considerações: um segundo ou dois. Assim como a Mamonas, Ou recentemente Michael (Mesmo que neste haja controvérsias). Como aqueles amores de férias, os quais nunca voltamos a encontrar outra vez mais. Aproveitar a Rayovac que ainda me resta Sem pensar na profunda diferença do que poderia vir além dos quarenta. Não há normalidade ou naturalidade na vida, existência ou consciência. Só quero aproveitar o que pode haver de bão até os quarenta.

Só se depende de errar - Relbier Oliveira

Eu posso não tremer. Eu não vou mais temer. Sim, errei: por demais, errei! Só me resta agora pedir perdão a cada um que ofendi, mesmo se sem querer ofender. Sonhei (mas quem não sonha?). O problema é que sonhei demais, e deixei de viver até, por causa disso. E inclui em meus devaneios quem não tinha nada que ver com o fato. Cheguei até a inverter: Meus sonhos eram mais reais e agradáveis que meus pesadelos despertos. Errei: sim, errei! Peço perdão apenas. Não há mais nada a se fazer. Mas já zerei a conta dos meus erros. (Não iria sair sem pagar, não sou ladrão). Sigo agora sem medo. E pronto para errar outras vezes mais, ou comprovar que aprendi com tais erros.

O espetáculo solo do vômito - Roni dos Santos



Há coisas que eu ainda não compreendo, por exemplo, as vezes me vem na cabeça a imagem da Europa entre os séculos XVII e XVIII, era uma puta sujeira, as ruas eram extremamente estreitas, hoje os parisienses se orgulham da Champs-Élysées, mas naquela época lá só tinha beco. O rio Tamisa em Londres fedia mais que o Tiête, em dias de muito calor era necessário fechar o parlamento inglês, de tanto que fedia. Todo mundo sabe para que servia aquelas perucas empoleiradas e os leques? O leque era para afastar o extremo mal cheiro e as perucas por causa dos piolhos, naquela época, moda era necessidade higienica. Então eu começo a remontar essas imagens na minha cabeça e passo a imaginar o que se trasformou nossa civilização.

Esta semana eu estava dentro do trem para a minha quebrada, a linha que sai da estação Brás e vai até Calmon Viana, no meio do trajeto aconteceu o que nunca, jamais poderia ter acontecido, uma mulher vomitou “deliberadamente” dentro do trem. Foi coisa de segundos, quando vimos o chão já estava forrado pelo seu almoço o por qualquer outra coisa que ela havia comido. Eu só percebi o incidente por que outra mulher gritou ao meu lado “eu não acredito que isto esta acontecendo perto de mim”, sim querida, pode acreditar, isto estava acontecendo perto de você. Neste momento o trem quase parou, fez-se um silêncio magistral, até o motor do trem parou para dar atenção ao espetáculo solo do vômito e sua protagonista. A protagonista, porém, não sábia o que fazer, as pessoas sabiam ter nojo, mas não sabiam como oferecer ajuda, podia ser algo sério, mas para as pessoas do trem a única coisa séria era o mal cheiro que exalava do vômito.

O que eu tiro dessa história é o seguinte: criamos “as melhores” regras de civilização, pois com a higienização de nossas “porcas vidas” temos mais longevidade, o que não significa qualidade de vida. Ou seja, criamos regras para que pudessemos viver mais, de fato toda àquela imundisse européia matava de verdade, mas esquecemos para que criamos as regras e obedecemos somente seus índices, ou seja, “a regra foi feita para ser cumprida” e ai um pirralho FDP das séries iniciais pergunta para professora “por que?” e a professora respode algo relativo à “por que sim”, ela pode explicar em detalhes, mas ela sempre vai explicar conforme as regras, sem perceber que todas as regras têm um motivo, e que esse motivo não é necessarimente universal. Resumindo, alguém poderia ter perguntado para a moça se ela não estava passando mal, pelo menos indicaria que ela enquanto pessoa é mais importante que seu comportamento.

O Algoz - Relbier Oliveira

O que é um Algoz?

n substantivo masculino

1 carrasco, executor da pena de morte ou de outras penas corporais (como tormentos, açoites etc.) (...)

(Houaiss)

Encontrei meu Algoz

Mas ele estava desarmado

Pronto para não fazer nada comigo

Só me perguntou as horas

Ao que lhe respondi:

“é hora de superar a mediocridade!”

Eu é quem o teria matado

Se ainda não fosse tão medíocre

O Tempo - Relbier Oliveira

Sinto-me especial. Mais especial do que nunca me senti antes. Na verdade, todos devem se sentir especiais, por serem únicos; cada um, um. Mas eu sou ainda mais diferente de todos. Nessa semana, me consagro definitivamente a última consciência do meu tempo. Na verdade, já o sou oficialmente há pelo oito anos, quando a mais velha última consciência de um tempo morreu por falta de energia, de vigor. Como teriam sido gastos os anos de sua juventude (ou não o foram, por isso chegara tão longe). Talvez pudéssemos ter sido amigos, apesar da distância, da diferença cultural, e até mesmo da idade (ele era míseros sete anos mais velho que eu). Às vezes penso comigo, quando não estou no meu Nirvana compulsório, na minha paciência imanente, no meu cansaço crônico – aquele dos mais cinco minutos (e mais cinco, e mais cinco) de sono em manhã fria e chuvosa de domingo, quando se sabe que não se tem que trabalhar, mas que, mesmo assim, desperta, só para poder voltar a dormir; o sono bom, como que uma vingança pelas manhãs de sono “quero-mais” – em reunir as velhas consciências que ainda seguram as pontas dessa aventura estranha de viver carregando a chama do passado, cruzando eras incongruentes, mundos distintos, dos quais pertenço a todos, mesmo não sendo alienígena apenas no primeiro, no meu mundo de fato, do qual sou arauto e a prova viva (é importante lembrar) da existência. Como é viver em um mundo em que gerações se sucedem, mas que você nunca morre? Como é pensar que todos que estavam vivos quando você nasceu já morreram, e que desde o seu nascimento mais de 10 bilhões de novas pessoas já nasceram, das quais muitas também já se foram? Foram muitas histórias, pessoais e mundiais. Foram vidas, foram almas, foram corações. Foi-se a minha vida pessoal (há tempos) e ficou o compromisso humano. Represento a humanidade, devo dizer. Sou o mais velho de todos. Estava aqui muito antes mesmo de todos vocês chegarem. Vi acontecer o que vocês só adquirem crença pelos escritos de quem eu próprio vi escrever. Vi Nietzsche, as histéricas, Einstein... Vi Marx. Vi a abolição da escravidão no Brasil, a chegada do rei. Vi o violento desabrochar das ciências e a aplicação de toda sua tecnologia, quase como que um transplante de mundo, sem anestesia: arrancaram-me os olhos e o substituíram por puras vertigens ficcionais, um futurismo que mesmo quem o previa em delírios poéticos não o esperava chegar, tampouco tão cedo, como que em uma invasão. Primeiro, aos poucos, depois com acentuada incidência, fui ficando sozinho nisso tudo. Como é ver seus avós, pais, irmãos, amigos, primos, tios, tias, pessoas públicas, artistas, esposas, filhos, netos morrerem, todos que fizeram parte da sua história mais fundamental, da sua construção, do seu desenvolvimento, morrerem, e você continuar rompendo mundos, sozinho? Não sou tão flexível assim: perde-se o referencia, perde-se o rumo. Como consegui me manter firme, apesar de tudo? Do meu antecessor chegou apenas o que chamo de a cápsula, uma carcaça orgânica ainda viva, vegetativa, basicamente. A alma se perdeu em algum momento da viagem. Nisso também o superei: tenho ainda, pelo menos, consciência.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Entrevista Clarisse Linspector

Sub-vôo - Relbier Oliveira

Vivendo em casa sem laje

Sem número ou água

Sem carro na garagem

E sem esperança

Um mundo diferente de onde vai

Diferente de onde anda e com quem fala

Um pensamento raro, quase extinto

Apenas um “idiota” noutra dimensão

Não é difícil disfarçar o sofrimento

Pior ainda é reprimir o pensamento

O jeito é tentar viver

Na ativa e sempre ativo

Como um caipira da cidade grande

Como mais uma cabeça no rebanho

Como fera ferida lutando por mais um suspiro anti a dor

Suburbanos sem conta no banco

Sem laser numa semana de trabalho

Cada coisa nova, curiosidade

Um bicho selvagem solto na rua

Um pássaro sem asas quando está livre pra voar

sábado, 22 de janeiro de 2011

Querendo Sentir- Relbier Oliveira

Na calada da madrugada rotineira
faço versos “Bon grado” sobre coisas que sinto
e na ponta da parábola côncava
escrevo o que sinto verdadeiro,
– ou não! Mas sinto:
Vagas vaga-lume. Puta que o pariu.
Venha, oh neblina
Fecho o vidro pois é fumaça da olaria
Sinto o vento em meu ouvido
Na verdade é um zumbido
De um pênis-longo fêmea querendo me picar
Sinto a cria querendo sair
Pra ver se a luz do dia é clara como eu dizia
Canalha! Fanfarra! Safada! Paulada!
A fadiga me pegou
Salva-me ou ignoro-te
Chupa-me ou provoco-te
O fim desse poema é o todo sem sentido
Pois num momento tão convexo
Cai na mesma depressão
da qual havia partido.