quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Figuras Escondidas, Barradas no Auge do Desabrochar - Relbier Oliveira




Na boca do inferno
Olhando fundo os meus maiores medos nos olhos
Pronto para gritar a dor do infortúnio
E morrer a irrealização de mim mesmo
Por Deus! Eu só quero falar!
Por mais que ninguém me entenda
Falar e falar
Aos ventos, falar:
Representar os mil atores de mim mesmo
Deixar explodir o mundo ingerido
E confundi-lo aos tantos outros possíveis
dos quais nunca tive controle
Não quero a irrealidade verdadeira
Me basta o romance mais doce,
A utopia mais brega
Se representarem a magia toda
A expressão da minha loucura mais digna
Da minha agressividade mais frouxa
Do meu pensar em símbolos mágicos, divertidos;
O escuro do céu, as estrelas poéticas
O universo todo numa bolinha de papel
O bonde que faz a vida ter sentido
Pelo subúrbio da mentira mais bem contada
Escola de poetas tradutores
De incognoscíveis belezas
A pura ardência do pálido instante do ultimo badalar
A canção que fere os corações com rosas de veludo.