sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

1984 - George Orwell


Após a Guerra Atômica, o mundo está dividido em três estados. Londres é a capital de Oceania, dominada por um regime extremamente controlador da liberdade. Winston Smith é um de seus burocratas, com a função de reescrever a história. Certo dia, ele comete um grave crime para tal sociedade: apaixonar-se. A partir daí, ele tentará a todo custo tentar escapar dos olhos e ouvidos do "Big Brother", que tem a função de vigiar os cidadãos 24 horas ao dia. Ler o livro e logo depois assitir o filme pode ser uma experiencia extremamente marcante

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Filme Raríssimo: O Lobo da Estepe - 1974

Desconhecida de várias gerações de cinéfilos brasileiros, esta adaptação do clássico O Lobo da Estepe (Um dos mais conhecidos romance do prêmio Nobel Hermann Hesse) é tão fantástica e alucinógena quanto o seu original literário.Tendo como protagonista um homem solitário, Harry Haller (vivido pelo sueco Max Von Sydow), que promete suicidar-se quando completar 50 anos, O Lobo da Estepe é uma pérola que ficou esquecida no buraco negro dos anos 1970. Dirigido e adaptado por Fred Haines, o filme é um deslumbre de dramaturgia e técnica cinematográfica. Porém, está sendo indicado nesse blog não só o filme, como também (e principalmente) a obra literária mesma (assim como as obras de Hesse em geral, que é de longe um grande escritor!). Vale a pena conferir?! Pois então, divirtam-se. Mas depois, por favor, comentem! E digo mais: se gostam de literatura e por tabela escrevem algo (justamente aquele algo que depois vcs abandonam e ninguém mais vê nem nunca ficam sabendo que um dia sequer existiu), enviem para nós que analisaremos e trataremos de dar espaço aqui no nosso humilde blog. Bom, chega de prosa: vamos logo ao filme!
DADOS DO ARQUIVO Diretor: Fred Haines Audio: Inglês Legendas: Português Duração: 108 min. Qualidade: DVDRip Tamanho: 367MB Servidor: Rapidshare (2 partes) Segue os links do download: Parte 1 Parte 2

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Inocência Criminosa - Relbier Oliveira

Quando tudo parece assim um conto de fadas feliz E me pego pensando naqueles amores que nunca tive Ou na vontade de querer ser Seja feliz por mim, é o que peço Achei o culpado por tudo isso E não sou eu Você já sabe quem Não podia ser diferente Mesmo a heresia, o crime a dor, a alegria o amor, a decepção a esperança, a nostalgia Essas palavras escorrem como água da montanha Venha me impedir, Todo Poderoso Você já sabe do meu coração Foi você quem me quis assim Condene a Inocência Criminosa Não me canso de errar Não preciso me preocupar com isso Somos a expressão da única determinação Mas quem pôde ser feliz seja feliz por mim, é o que peço Já achei o culpado por tudo isso e não sou eu Você já sabe quem Não podia ser diferente

Aos Quarenta - Relbier Oliveira

Não falo de morte porque não goste da vida Mas porque, sinceramente, considero todas as saídas. Na dor, velha dor (E já amiga dor) e nas alegrias mesmo que efêmeras, porém, alegrias. Me dou o direito de escolher: Aos quarenta! Até prova em contrário (Que me prove, compreenda e sinta o contrário). Quero sair de cena quando estiver certo de que está no meu melhor. No auge, no pico, no cume, no clímax. Sem questões, sem reflexões, sem considerações: um segundo ou dois. Assim como a Mamonas, Ou recentemente Michael (Mesmo que neste haja controvérsias). Como aqueles amores de férias, os quais nunca voltamos a encontrar outra vez mais. Aproveitar a Rayovac que ainda me resta Sem pensar na profunda diferença do que poderia vir além dos quarenta. Não há normalidade ou naturalidade na vida, existência ou consciência. Só quero aproveitar o que pode haver de bão até os quarenta.

Só se depende de errar - Relbier Oliveira

Eu posso não tremer. Eu não vou mais temer. Sim, errei: por demais, errei! Só me resta agora pedir perdão a cada um que ofendi, mesmo se sem querer ofender. Sonhei (mas quem não sonha?). O problema é que sonhei demais, e deixei de viver até, por causa disso. E inclui em meus devaneios quem não tinha nada que ver com o fato. Cheguei até a inverter: Meus sonhos eram mais reais e agradáveis que meus pesadelos despertos. Errei: sim, errei! Peço perdão apenas. Não há mais nada a se fazer. Mas já zerei a conta dos meus erros. (Não iria sair sem pagar, não sou ladrão). Sigo agora sem medo. E pronto para errar outras vezes mais, ou comprovar que aprendi com tais erros.

O espetáculo solo do vômito - Roni dos Santos



Há coisas que eu ainda não compreendo, por exemplo, as vezes me vem na cabeça a imagem da Europa entre os séculos XVII e XVIII, era uma puta sujeira, as ruas eram extremamente estreitas, hoje os parisienses se orgulham da Champs-Élysées, mas naquela época lá só tinha beco. O rio Tamisa em Londres fedia mais que o Tiête, em dias de muito calor era necessário fechar o parlamento inglês, de tanto que fedia. Todo mundo sabe para que servia aquelas perucas empoleiradas e os leques? O leque era para afastar o extremo mal cheiro e as perucas por causa dos piolhos, naquela época, moda era necessidade higienica. Então eu começo a remontar essas imagens na minha cabeça e passo a imaginar o que se trasformou nossa civilização.

Esta semana eu estava dentro do trem para a minha quebrada, a linha que sai da estação Brás e vai até Calmon Viana, no meio do trajeto aconteceu o que nunca, jamais poderia ter acontecido, uma mulher vomitou “deliberadamente” dentro do trem. Foi coisa de segundos, quando vimos o chão já estava forrado pelo seu almoço o por qualquer outra coisa que ela havia comido. Eu só percebi o incidente por que outra mulher gritou ao meu lado “eu não acredito que isto esta acontecendo perto de mim”, sim querida, pode acreditar, isto estava acontecendo perto de você. Neste momento o trem quase parou, fez-se um silêncio magistral, até o motor do trem parou para dar atenção ao espetáculo solo do vômito e sua protagonista. A protagonista, porém, não sábia o que fazer, as pessoas sabiam ter nojo, mas não sabiam como oferecer ajuda, podia ser algo sério, mas para as pessoas do trem a única coisa séria era o mal cheiro que exalava do vômito.

O que eu tiro dessa história é o seguinte: criamos “as melhores” regras de civilização, pois com a higienização de nossas “porcas vidas” temos mais longevidade, o que não significa qualidade de vida. Ou seja, criamos regras para que pudessemos viver mais, de fato toda àquela imundisse européia matava de verdade, mas esquecemos para que criamos as regras e obedecemos somente seus índices, ou seja, “a regra foi feita para ser cumprida” e ai um pirralho FDP das séries iniciais pergunta para professora “por que?” e a professora respode algo relativo à “por que sim”, ela pode explicar em detalhes, mas ela sempre vai explicar conforme as regras, sem perceber que todas as regras têm um motivo, e que esse motivo não é necessarimente universal. Resumindo, alguém poderia ter perguntado para a moça se ela não estava passando mal, pelo menos indicaria que ela enquanto pessoa é mais importante que seu comportamento.

O Algoz - Relbier Oliveira

O que é um Algoz?

n substantivo masculino

1 carrasco, executor da pena de morte ou de outras penas corporais (como tormentos, açoites etc.) (...)

(Houaiss)

Encontrei meu Algoz

Mas ele estava desarmado

Pronto para não fazer nada comigo

Só me perguntou as horas

Ao que lhe respondi:

“é hora de superar a mediocridade!”

Eu é quem o teria matado

Se ainda não fosse tão medíocre

O Tempo - Relbier Oliveira

Sinto-me especial. Mais especial do que nunca me senti antes. Na verdade, todos devem se sentir especiais, por serem únicos; cada um, um. Mas eu sou ainda mais diferente de todos. Nessa semana, me consagro definitivamente a última consciência do meu tempo. Na verdade, já o sou oficialmente há pelo oito anos, quando a mais velha última consciência de um tempo morreu por falta de energia, de vigor. Como teriam sido gastos os anos de sua juventude (ou não o foram, por isso chegara tão longe). Talvez pudéssemos ter sido amigos, apesar da distância, da diferença cultural, e até mesmo da idade (ele era míseros sete anos mais velho que eu). Às vezes penso comigo, quando não estou no meu Nirvana compulsório, na minha paciência imanente, no meu cansaço crônico – aquele dos mais cinco minutos (e mais cinco, e mais cinco) de sono em manhã fria e chuvosa de domingo, quando se sabe que não se tem que trabalhar, mas que, mesmo assim, desperta, só para poder voltar a dormir; o sono bom, como que uma vingança pelas manhãs de sono “quero-mais” – em reunir as velhas consciências que ainda seguram as pontas dessa aventura estranha de viver carregando a chama do passado, cruzando eras incongruentes, mundos distintos, dos quais pertenço a todos, mesmo não sendo alienígena apenas no primeiro, no meu mundo de fato, do qual sou arauto e a prova viva (é importante lembrar) da existência. Como é viver em um mundo em que gerações se sucedem, mas que você nunca morre? Como é pensar que todos que estavam vivos quando você nasceu já morreram, e que desde o seu nascimento mais de 10 bilhões de novas pessoas já nasceram, das quais muitas também já se foram? Foram muitas histórias, pessoais e mundiais. Foram vidas, foram almas, foram corações. Foi-se a minha vida pessoal (há tempos) e ficou o compromisso humano. Represento a humanidade, devo dizer. Sou o mais velho de todos. Estava aqui muito antes mesmo de todos vocês chegarem. Vi acontecer o que vocês só adquirem crença pelos escritos de quem eu próprio vi escrever. Vi Nietzsche, as histéricas, Einstein... Vi Marx. Vi a abolição da escravidão no Brasil, a chegada do rei. Vi o violento desabrochar das ciências e a aplicação de toda sua tecnologia, quase como que um transplante de mundo, sem anestesia: arrancaram-me os olhos e o substituíram por puras vertigens ficcionais, um futurismo que mesmo quem o previa em delírios poéticos não o esperava chegar, tampouco tão cedo, como que em uma invasão. Primeiro, aos poucos, depois com acentuada incidência, fui ficando sozinho nisso tudo. Como é ver seus avós, pais, irmãos, amigos, primos, tios, tias, pessoas públicas, artistas, esposas, filhos, netos morrerem, todos que fizeram parte da sua história mais fundamental, da sua construção, do seu desenvolvimento, morrerem, e você continuar rompendo mundos, sozinho? Não sou tão flexível assim: perde-se o referencia, perde-se o rumo. Como consegui me manter firme, apesar de tudo? Do meu antecessor chegou apenas o que chamo de a cápsula, uma carcaça orgânica ainda viva, vegetativa, basicamente. A alma se perdeu em algum momento da viagem. Nisso também o superei: tenho ainda, pelo menos, consciência.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Entrevista Clarisse Linspector

Sub-vôo - Relbier Oliveira

Vivendo em casa sem laje

Sem número ou água

Sem carro na garagem

E sem esperança

Um mundo diferente de onde vai

Diferente de onde anda e com quem fala

Um pensamento raro, quase extinto

Apenas um “idiota” noutra dimensão

Não é difícil disfarçar o sofrimento

Pior ainda é reprimir o pensamento

O jeito é tentar viver

Na ativa e sempre ativo

Como um caipira da cidade grande

Como mais uma cabeça no rebanho

Como fera ferida lutando por mais um suspiro anti a dor

Suburbanos sem conta no banco

Sem laser numa semana de trabalho

Cada coisa nova, curiosidade

Um bicho selvagem solto na rua

Um pássaro sem asas quando está livre pra voar