Supondo que você recebesse e lesse os
e-mails que te envio, queria perguntar-lhe o que pensas a respeito das pessoas
deste mundo. Às vezes, as acho todas doentes, eu mais doente que todas. Uma
doença espiritual, da alma. Uma dependência tamanha uns dos outros. Um apego, ao
mesmo tempo em que um culto à praticidade da vida. Um sentimentalismo
exagerado, que reflete a falta de inteligência emocional: sofremos mais de
dores da alma, dores "virtuais", do que de qualquer outra. Mas, como
disse, sou mais doente que todos. Eu, do alto da minha doença, penso mesmo
existirem pessoas distintas (e eu, uma delas). Penso que é possível formar um
time de seres humanos, estes enquanto algo muito em falta no estilo de vida que
levamos atualmente. Há tempos que os pontos de referências de nossa existência
estão fora de nós. Não há mais um culto a um espiritualismo, ao que é
propriamente humano – não se referindo necessariamente a um espiritualismo
místico, mas antes fosse! À bem da verdade, isso tudo dito é conversa. Quero
apenas estar perto das pessoas que me façam me sentir bem. Novamente, do alto
de minha doença, creio poder identificá-las, às vezes assim sem mais, sem que
elas tenham dito sequer uma palavra. Por que, afinal, acreditei que você
pudesse ser uma destas? Não sei. Só sei que, como já disse exageradas vezes,
sou também doente, e isso é tudo. E se você fosse mais sã que eu, não
responderia: escaparia; fugiria para longe. Senão, Prove-me do contrário e lhe
darei um beijo!
Fique em paz!
Relbier Oliveira.