sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Polvererrância* Incendiária - Caio Cachuté & Relbier Oliveira




Obstruo as vias de acesso do auto-aniquilamento pelas veredas do criar
Dou ao mundo a cria fria que de minhas entranhas tardias resolveu saltar
Vivo permanentemente atrelado ao avesso do meu ser
A concretude e seus artifícios é o meu lar
Que da janela sinto o vento a me convidar ao sonho
Ao que rechaço como a um cachorro vadio
Quero a liberdade de ser o que a realidade quiser de mim
Uma “colcha de retalhos” reveste o meu corpo
Uma lógica binária eu repudio!
Sou amante das vicissitudes do cotidiano
Sou amante do que vem do mundo
Não sou puta do destino
Antes a desgraça do que eu mesmo for capaz de fazer!
Fui abortado dos meus desejos de eternidade
E soçobrado aos liames e labirintos do meu outro (inconsciente)
Deixo-me ir pelos caprichos da vontade
Tolhido apenas pela tragicidade amoral
Daquilo que pode vir a ser


*Polvererrância: Pólvora + Errância.