sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Epopeia sóciohumanizatoria - Relbier Oliveira

Não é possível ter dúvida da amizade
É algo que nos toma gradualmente
Tal qual o trabalho incansável dos pequenos animaizinhos
Dia e noite, dia e noite
Quase insuportável
E vai crescendo, vai crescendo
Sem controle
Nos tornamos reféns
Ansiosos por qual seja a última estação
Hão de se confundir:
Querer estar próximo, se possível o tempo todo
Querer saber do seu dia, da sua vida
Querer fazer-se ouvido por ele
Querer abraço, afago
Querer, às vezes, distância e solidão
Querer xingar, bater, para corrigir
Presentear, agradar, cuidar
Querer para si, só para si, e para ninguém mais
Do que estamos falando, afinal?
Deste amor que sinto, que já não tem mais nome
E que não ouso nomear
Por que meu amor não é meu amigo, ou vice-versa?
Por que o amigo não é meu amor verdadeiro?
É uma identificação profunda, rara e necessária
“não confunda os termos, ou vai estragar tudo”
Joguem merda no ventilador das emoções
E se permitam experimentar o inferno da sinceridade
Caótica e desumana, descivilizatória
Onde o fogo consome o espírito disforme
A amizade, o amor e essas drogas endoespirituais
Essências, aromas, um “que”
Corrompa a lógica, os valores, e se permita experimentar
Se entregue à indefinição dos termos
E perceba o absurdo que nos prende os tempos todos
Ponha ordem no caos ao preço de fugir a fantasia
Mas que seja a sua ordem, os seus horizontes
Diga ao amigo:
“eu vou, porque por ali bate o meu coração”
E vá, vá...
Não olhe para o Cisne, para a Lebre, ou outros mais
Que estão atrás de você, no que ficou para trás
Para o que você virou as costas
Para o que você ousou deixar, o que ousou transformar
Recomeçar
A amizade, o amor, essas drogas todas...
Vá sentir, vá experimentar
Vá viver, meu amigo. Gostou da postagem? Então faça um comentário e/ou clique nos botões das redes sociais abaixo para ajudar a divulgar. Ficaremos eternamente gratos :D