quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Desabafo - Relbier Oliveira

Coloca a sua melhor roupa
Fica o dia inteiro asseiado,
Perfumado, esperando o momento certo
Esperando da janela ela passar
E desce correndo a rua
Pedindo a Deus coragem
Para lhe falar
Para desculpar-se do que não se sabe o que.
Por quê seus amigos têm de ser tão difíceis?
De tantas pessoas no mundo, por que ela?
Ela é uma pessoa especial, você crê.
Só que foi ela mesma quem virou as costas para você, assim sem mais.
E você se sente um lixo, o pior dos homens
Neurótico por fazer tudo errado sem saber o que fez
Sem saber o que se é: se bom ou se mal
Sem saber a cara do seu próprio retrato
Tirado pelo Leviatã.
Porém, jamais vai descobrir, porque nunca terás coragem:
Fraco, imaturo, covarde!
E ainda me usa para falar de si.
Eu, que estava preso no inferno da inexistência
Açoitando o capeta.
Oro por ti, para que me supere e me deixe descansar:
Afinal, às vezes cansa dizer a verdade
E você não me deixa mentir.
Por que és tão cruel conosco?
Se eu pudesse, faria o seu trabalho sujo.
Definiria a partida, a favor ou contra.
Mas a cruz é tua
E também a jornada
Que te conduz até onde dormem os elefantes
E te livra deste inferno light
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Um comentário:

  1. Muitas coisas que escrevo, principalmente as mais sinceras, costumam se voltar contra mim, como que me punindo. Sei que esta será uma delas. Mas não quero calar o meu coração, por mais feias que possam ser suas palavras, por mais feio que possam me pintar: um ser podre, cheio de fraquezas, que, por vezes, causa pavor em outras pessoas. Sim, eu sou feio, sou podre. Mas, acredite, na lama também nasce flor. Acho que não escrevi ISSO para ser bonito, e sim para ser mesmo um desabafo, um brado. Gostaria de ter alguém para quem eu pudesse me revelar, contar sobre mim, sobre um Relbier que só eu conheço, sem juizo de valor, sem medo. O fado é pesado. Sei que a vida de muitas outras pessoas deve ser ainda mais horrível, mas cada um tem a sua cruz, no peso exato que aguenta carregar: em ultima análise, é o mesmo peso para todos, se considerarmos que é o peso justo (no sentido de aquilo que lhe cabe perfeitamente, sem mais nem menos). E para aqueles que não verem tanta dramaticidade nas minhas palavras, peço desculpas por não conseguir pintar o quadro o mais fiel possível.

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