Um blog para todos e todas publicarem suas poesias, artigos, historias e contos esquecidos em gavetas e entregues às traças. Aqui eles serão lidos e cumprirão enfim sua finalidade. Além disso, postaremos adaptações de livros para o cinema, as quais serão disponibilizadas para download. Para você postar nesse blog basta fazer um comentário na última postagem deixando seu email.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
A Solidão dos Anjos - Jubela Couto
Para quem nunca teve amor
A solidão é a melhor companhia,
Porque quando sozinha me via
ninguém me causava dor.
O que são cem anos, afinal?
A solidão, às vezes, é boa,
pois se em teu coração solidão voa
não terás mais a quem fazer mal.
(...) - Jubela Couto
O amor é uma tradição.
De sim e de não,
com e sem perdão.
O amor é uma benção
ou uma maldição.
Quer você queira, quer não:
O amor é uma tradição.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Figuras Escondidas, Barradas no Auge do Desabrochar - Relbier Oliveira
Na boca do inferno
Olhando fundo os meus maiores medos nos
olhos
Pronto para gritar a dor do infortúnio
E morrer a irrealização de mim mesmo
Por Deus! Eu só quero falar!
Por mais que ninguém me entenda
Falar e falar
Aos ventos, falar:
Representar os mil atores de mim mesmo
Deixar explodir o mundo ingerido
E confundi-lo aos tantos outros
possíveis
dos quais nunca tive controle
Não quero a irrealidade verdadeira
Me basta o romance mais doce,
A utopia mais brega
Se representarem a magia toda
A expressão da minha loucura mais digna
Da minha agressividade mais frouxa
Do meu pensar em símbolos mágicos,
divertidos;
O escuro do céu, as estrelas poéticas
O universo todo numa bolinha de papel
O bonde que faz a vida ter sentido
Pelo subúrbio da mentira mais bem
contada
Escola de poetas tradutores
De incognoscíveis belezas
A pura ardência do pálido instante do
ultimo badalar
A canção que fere os
corações com rosas de veludo.quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Som off - Relbier Oliveira
Quem me dera se o mundo estivesse mesmo chegando ao fim
Uns no começo, mas eu no fim
Quantas crianças morrendo, pestes e guerras
O diabo do capitalismo está à solta
E seus anjos do mau, consumistas, são quem o fazem rei
E eu, que não sou socialista (nem merda nenhuma)
Como chocolates, bebo coca e vou ao cinema do Shopping
— perversão, promiscuidade, balburdia
E você com essa demagogia?!
Quantas crianças morrendo, pestes e guerras?!
Eu só quero ganhar dinheiro e mais!
Quem vai destruir meu mundo?
Somos todos indecentes, cínicos e imorais
Somos filhos do demônio
Filhos das putas e tudo o mais
Quem vai dar sua cara a tapas?
Deixar pregar-lhe o prego à mão?
Deixar fritar e comer seu coração?
“A moral só existe para que os imorais conquistem”
Mas Hitler, Hitler não vai para o inferno
E eu com esse mundo
Já no final de tudo
Me vejo vendendo perdão?
(O bom comerciante entrará no reino)
E na história volta a haver monarquia
Feudos, guerras, pestes
E as crianças morrendo...?!
Quem liga?! Quem liga?! Quem liga?!
(Das antigas... Em homenagem à corja de pseudo-revolucionários à qual um dia também pertenci!)
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Bolsa de Criação Literária 2012
"São 30 bolsas, em
âmbito nacional, no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) cada, para o
desenvolvimento de projetos de criação de romances, contos, crônicas, novelas e
poemas. O edital é voltado a pessoas físicas maiores de 18 (dezoito) anos, brasileiros natos ou naturalizados e estrangeiros residentes no país a mais de 3 (três) anos, que tenham no máximo dois livros de sua autoria publicados com ISBN. Os projetos têm 6 mêses de prazo para serem desenvolvidos, e entre as 30 bolsas concedidas, serão selecionados até 03 (três) produtos finais para publicação pela Fundação Biblioteca Nacional". [Texto extraído de "Livro: Amar Ainda Vale a Pena", do Facebook].
Bolsa Fundação Biblioteca Nacional
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Solitude - Agatha Victoria
Eu
queria que fizesses parte dos meus planos, como há muito faço
dos seus
Mas meu
coração é um iceberg perdido no oceano com as
melhores companhias:
as
aguas que o rodeiam e os navios que passam ao
longe
com
medo do quão grande pode ser sua destruição se me tocarem.
Não
por uma escolha, mas sim pelos caminhos percorridos,
nunca
acreditei em príncipes em cavalos brancos...
nunca
representou a
realidade que experencio
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Peixe de Sandálias - Relbier Oliveira
Querida, hoje as coisas estão diferentes
Meu bem, vejo tudo à minha frente
Mas vejo tudo igual
— o que mudou?
Senhoras, atravessem devagar a rua
Ou vão atropelar os carros
Meu filho, não use capacete
Pois se cair não vai morrer
Filhinha, não vá para a escola
Pois estão ensinando coisas lá
Ou você quer aprender?
Querida, hoje as coisas estão tão iguais
Perdi até a fome
Então acho que vou comer alguma coisa
Que isso! Puseram arroz no meu copo.
Vou tomar sopa com garfo
Meu bem, vejo tudo à minha frente
Mas está tudo tão diferente
E me parece tudo tão igual
Jovem, não escovei meus dentes hoje
Então não vou dar nada ao coelho de natal
Está caindo água do céu
Vou fechar meu guarda-chuva e colocar o meu chapéu
Coloquei meu véu lá no banheiro
Despenteei-me frente ao espelho
Me seduzi com o fio dental
Querida, hoje as coisas estão tão quentes
Acho que vou pra cama cedo
— me acorde quando eu deitar
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Querendo Sentir - Relbier Oliveira
Na calada da madrugada rotineira
faço versos “Bon grado” sobre coisas que sinto
e na ponta da parábola côncava
escrevo o que sinto verdadeiro,
– ou não! Mas sinto:
Vagas vaga-lume. Puta que o pariu.
Venha, oh neblina
Fecho o vidro, pois é fumaça da olaria
Sinto o vento em meu ouvido
Na verdade é um zumbido
De um pênis-longo fêmea querendo me picar
Sinto a cria querendo sair
Pra ver se a luz do dia é clara como eu dizia
Canalha! Fanfarra! Safada! Paulada!
A fadiga me pegou
Salve-me ou ignoro-te
Chupa-me ou provoco-te
O fim desse poema é o todo sem sentido
Pois num momento tão convexo
Cai na mesma depressão
da qual havia partido.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
E-mail a um mundo moderno - Relbier Oliveira
Supondo que você recebesse e lesse os
e-mails que te envio, queria perguntar-lhe o que pensas a respeito das pessoas
deste mundo. Às vezes, as acho todas doentes, eu mais doente que todas. Uma
doença espiritual, da alma. Uma dependência tamanha uns dos outros. Um apego, ao
mesmo tempo em que um culto à praticidade da vida. Um sentimentalismo
exagerado, que reflete a falta de inteligência emocional: sofremos mais de
dores da alma, dores "virtuais", do que de qualquer outra. Mas, como
disse, sou mais doente que todos. Eu, do alto da minha doença, penso mesmo
existirem pessoas distintas (e eu, uma delas). Penso que é possível formar um
time de seres humanos, estes enquanto algo muito em falta no estilo de vida que
levamos atualmente. Há tempos que os pontos de referências de nossa existência
estão fora de nós. Não há mais um culto a um espiritualismo, ao que é
propriamente humano – não se referindo necessariamente a um espiritualismo
místico, mas antes fosse! À bem da verdade, isso tudo dito é conversa. Quero
apenas estar perto das pessoas que me façam me sentir bem. Novamente, do alto
de minha doença, creio poder identificá-las, às vezes assim sem mais, sem que
elas tenham dito sequer uma palavra. Por que, afinal, acreditei que você
pudesse ser uma destas? Não sei. Só sei que, como já disse exageradas vezes,
sou também doente, e isso é tudo. E se você fosse mais sã que eu, não
responderia: escaparia; fugiria para longe. Senão, Prove-me do contrário e lhe
darei um beijo!
Fique em paz!
Relbier Oliveira.
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